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Livro “O rapaz que aprendeu a olhar”, sobre ditadura salazarista, apresentado em Famalicão a 25 de abril

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O jornalista e escritor Vítor Pinto Basto apresenta esta quinta-feira em Famalicão o seu último livro, numa sessão que decorrerá no Museu Bernardino Machado, às 21 horas, no âmbito do programa municipal de comemoração dos 45 anos do 25 de Abril. Com o título “O rapaz que aprendeu a olhar”, a obra constitui um repositório ficcional das memórias que o autor guarda do “absurdo existencial” que foi a ditadura salazarista em Portugal.

Com 15 anos de idade aquando da “Revolução dos Cravos”, Vítor Pinto Basto, que tem ligações familiares a Famalicão, descreve o seu quarto e mais recente livro como “uma viagem através do olhar de um adolescente que precisou de aprender a olhar para perceber que a realidade que via escondia outras brutais realidades, com gente na cadeia apenas por querer falar e viver em liberdade”.

Segundo o autor, a obra “romanceia situações invulgares, como a revolta de Salazar contra o bispo do Porto, D. António, contra o general Humberto Delgado (conta a história do seu assassinato) e tenta explicar, por exemplo, entre muitas coisas, como Gaia foi o único concelho na Área Metropolitana do Porto, nas presidenciais de 1958, que deu mais votos ao candidato democrata, Humberto Delgado, que a Américo Tomás”

A sua apresentação no Museu Bernardino Machado (sala Júlio Machado Vaz) é “particularmente gratificante” para o autor, dado tratar-se de um equipamento municipal de vocação cultural situado na Rua Adriano Pinto Basto, topónimo que homenageia um tio-bisavô seu.

Outrora denominada Rua Formosa, naquela artéria morou, com efeito, um bem-sucedido comerciante de ourivesaria que chegaria a vereador da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão nos finais do séc. XIX. Nessas funções, empenhou-se na alfabetização das jovens gerações de famalicenses suas contemporâneas e no alargamento da rede de escolas públicas da então instrução primária a várias freguesias do concelho.

Por outro lado, Vítor Pinto Basto mantém uma “relação afetiva muito forte” a Famalicão, onde na adolescência e juventude vinha amiudadas vezes visitar uma tia por quem nutria “uma especial ternura e um carinho muito grande”, como confessa. Ainda hoje, aliás, valoriza a proximidade que mantém com os seus primos, filhos de outra figura grata em muitos setores da comunidade famalicense, que serviu em várias instituições e se notabilizou como estudioso e singular artista na criação e reprodução heráldica: Rodrigo Silva, o lembrado “armador” da Rua Conselheiro Santos Viegas.

Essas ligações familiares e afetivas a Vila Nova de Famalicão levaram Vítor Pinto Basto a escolher o famalicense Carlos de Sousa, antigo jornalista e seu amigo há mais de 30 anos, para fazer a apresentação do livro, editado pela Arqueu.

Na sessão programada para este 25 de Abril, intervirá também, em representação da Câmara Municipal, entidade organizadora do evento, através do Museu Bernardino Machado, o vereador da Cultura, Educação e Conhecimento, Leonel Rocha.

Nascido no Porto em 1959 e licenciado em Filosofia, Vítor Pinto Basto iniciou em 1983 a carreira de jornalista, de que voluntariamente se desligou há um ano, quando era editor de Justiça no “Jornal de Notícias”. Antes, integrou as redações dos jornais “Diário de Notícias”, “A Capital”, “Europeu” e “O Jornal”.

Este “O rapaz que aprendeu a olhar” é o quarto livro que publica, depois de “O Segredo de Ana Caio (contos), “Gente que dói – o conflito basco por quem o vive” (reportagem) e “Morto com defeito” (romance).

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