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V.N. de Famalicão

Muda de Natal

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Todos os anos começamos a preparar o Natal com muita antecedência. Antes de iniciar o mês de Novembro, já surgem sinais natalícios, alertando-nos para a proximidade desta celebração anual à qual ninguém é indiferente.

Contudo, o acontecimento fundante desta celebração parece passar ao lado. Esses sinais não têm mais a linguagem simbólica do Natal de Jesus. O presépio deixou de estar presente nas praças públicas, nos “enfeites” de Natal… Tudo é feito em ordem a criar uma magia, um espírito natalício, a surpreender os nossos sentidos… Celebrar, porém, o nascimento de Jesus está longe do que por aí se faz.

A sociedade descristianizada tende a negar e a obstruir tudo o que é símbolo de fé, em nome de um universalismo desprovido de qualquer identidade ou referência fundante. Não se quer ferir as susceptibilidades dos que pensam ou vivem de forma diferente. E por causa da diferença anula-se a singularidade. Ou, por causa da singularidade de uns poucos anula-se a identidade de muitos.

É impossível desvincular o Natal do nascimento de Jesus. Podemos até retirar da nossa linguagem a palavra Natal, (como se pretendeu no parlamento europeu), e encontrar outra para lhe substituir. Contudo, a origem fundante desta celebração nunca será apagada.

Creio que os cristãos têm aqui uma grande responsabilidade. Na verdade, o Natal não fará falta nenhuma, absolutamente nenhuma, se lhe retirarmos o facto de Deus ter nascido como Homem. O Natal será uma inutilidade, se nós cristãos não tivermos ainda percebido que o nascimento de Jesus é para a humanidade um sinal visível do Amor que Deus lhe tem, do qual nasce paz, alegria, justiça, esperança.

Por isso, desafio os cristão deste arciprestado a celebrar o verdadeiro Natal, a fazerem o presépio e a colocá-lo bem visível para todos, a enfeitarem as casas com símbolos que traduzem o Natal de Jesus (as luzes – Jesus é a Luz; a árvore – cruz de Jesus é a árvore da vida; a estrela – Jesus é a nossa estrela polar; os anjos – anunciação a Maria, a José e aos pastores; os sinos – anunciam a alegria de um nascimento…). Além destes sinais exteriores, o Natal verdadeiro para os cristãos é aquele que se traduz em gestos concretos de amor.

De igual modo, desafio os cristãos deste arciprestado a pensarem em dois gestos concretos de amor. Cada um saberá como poderá ajudar outro: familiar, vizinho, amigo, colega de trabalho, doente, pobre, carenciado… alguma instituição de beneficência ou algum grupo sócio-caritativo, quer seja da igreja ou da sociedade civil.
O Natal será uma inutilidade se for apenas espetáculo de luzes ou promoção do comércio. Nisso não há fé, nem amor, nem esperança, ainda que nos eleve o ego e nos alivie a economia. Todavia, o Natal será a celebração da Fé, do Amor e da Esperança quando cada um de nós souber acolher humildemente o Dom de Deus entre nós. É aqui que tudo muda. Não foi assim há dois mil anos!?

A todos desejo um Santo e fecundo Natal, com votos de um próspero ano 2022.

Pe. Francisco Carreira, arcipreste V. N. Famalicão

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