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Bruno Vieira Amaral refere “honra e responsabilidade” na hora de receber o Grande Prémio Camilo Castelo Branco

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“Um dia ofereceram-me o livro “A Queda de Um Anjo” de Camilo Castelo Branco e foi uma das experiências de leitura mais intensas e fascinantes que tive na minha vida. A obra é um dos grandes monumentos literários do humor literário em Portugal e que até hoje me serve de inspiração, mas também de frustração por não conseguir escrever assim”. O episódio foi relatado esta segunda-feira, por Bruno Vieira Amaral, o grande vencedor do Prémio de Conto Camilo Castelo Branco, com a obra “Uma Ida ao Motel e Outras Histórias”.

Na sessão da entrega do galardão promovido pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, em colaboração com a Associação Portuguesa de Escritores (APE), o escritor abordou a admiração pelo “génio” Camilo Castelo Branco e a importância do prémio para a sua carreira literária. “É uma honra enorme, mas também uma responsabilidade”.

“Este prémio dignifica o ofício de escritor” disse, destacando a relevância do galardão para a profissionalização dos escritores. “Tendo em conta a dimensão do nosso mercado cultural, os poucos e fracos hábitos de leitura, estes prémios têm muita importância. É um dos prémios fundamentais para haver mais escritores a dedicarem-se exclusivamente à escrita”, referiu Bruno Vieira Amaral.

Com o valor monetário de 7.500 euros, o Prémio de Conto Camilo Castelo Branco vai já na sua 29ª edição, sendo um exemplo de longevidade e sucesso.

Isso mesmo salientou o presidente da Câmara Municipal de Famalicão, Paulo Cunha, que louvou a colaboração com a Associação Portuguesa de Escritores. O autarca salientou ainda que o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco tem como finalidade “ao mesmo tempo estimular a escrita, evidenciar e ajudar os escritores em português, mas também perpetuar a vida e a obra de Camilo Castelo Branco”. O autarca referiu que o município tem apoiado a cultura e a criação literária, mas que “são necessários mais projetos de promoção da escrita e da leitura. Temos como objetivo de, a partir de Famalicão, dar um sinal ao país do que pode e deve ser feito para que a cultura, e particularmente a escrita, sejam promovidas”.

Por sua vez, a vice-presidente da APE, Isabel Mateus valorizou o exemplo dado pela autarquia de Famalicão na promoção da escrita. A responsável afirmou que “Bruno Vieira Amaral é um legítimo herdeiro de Camilo Castelo Branco”.

O presidente do júri, José Cândido Martins, apresentou o percurso literário do escritor desde o seu primeiro livro “As primeiras Coisas”, lançado em 2013. Sobre a obra vencedora “Uma Ida ao Motel e outras Histórias” José Cândido Martins disse tratar-se de “uma obra notável a vários títulos, que não só demonstra enorme capacidade literária do seu autor, na sequência de uma obra reconhecida amplamente, como também se mostra uma obra digna do patrono que dá nome a este prémio, Camilo Castelo Branco”.

“Uma Ida ao Motel e outras histórias”, de Bruno Vieira Amaral é uma coletânea de 30 contos anteriormente publicados no Expresso Diário, e “é para gente grande”.

Refira-se que nas 29 edições do galardão foram distinguidos os escritores Mário de Carvalho, Teresa Veiga, Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa, Maria Judite de Carvalho, Miguel Miranda, Luísa Costa Gomes, José Jorge Letria, José Eduardo Agualusa, José Viale Moutinho, António Mega Ferreira, Teolinda Gersão, Urbano Tavares Rodrigues, Manuel Jorge Marmelo, Paulo Kellerman, Gonçalo M. Tavares, Ondjaki, Afonso Cruz, A.M. Pires Cabral, Eduardo Palaio, Hélia Correia, Ana Margarida de Carvalho, Francisco Duarte Mangas e Bruno Vieira Amaral.

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