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Santo Tirso suspende veterinário municipal após morte de 54 animais no incêndio

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O presidente da Câmara de Santo Tirso, Alberto Costa, suspendeu hoje o veterinário municipal e acusa a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) de ser a entidade responsável pelos abrigos estarem a funcionar.

Em conferência de imprensa ao princípio da noite nos Paços do Concelho, enquanto no exterior do edifício decorria uma vigília convocada para criticar a forma como não foram assistidos os 54 animais que morreram no incêndio no abrigo “Cantinho das quatro patas”, o autarca começou por lamentar o sucedido.

Depois, Alberto Costa anunciou a instauração de um “processo disciplinar ao veterinário municipal com suspensão imediata de funções a partir de hoje”, bem como de um “processo interno de averiguações”.

Adiantando ter chamado a si “todo o processo relacionado com o abrigo dos animais”, o presidente da câmara mostrou-se disponível para colaborar com o Ministério Público nas averiguações e alertou “não caber à autarquia fechar canis”.

“Isso é competência da DGAV. As câmaras municipais só podem agir quando notificadas pela DGAV, o que não aconteceu”, sublinhou Alberto Costa que assumiu o compromisso de “apoiar” quem recebeu os 190 animais resgatados, “através da vacinação e esterilização”.

Questionado pela Lusa sobre o facto de o mato ao redor do abrigo não ter sido limpo, o presidente do município do distrito do Porto imputou a responsabilidade aos proprietários do abrigo, acrescentando que a autarquia “nunca deu parecer positivo para o seu licenciamento”.

“Vamos trabalhar com o Ministério da Administração Interna (MAI), com o Ministério Público, com a DGAV e outros que queiram abrir inquéritos, e vamos ceder toda a informação técnica”, prometeu.

Para Alberto Costa, “devem ser claramente apuradas responsabilidades nesta matéria”.

“Vamos estar do lado da transparência. Quero que a culpa não morra solteira”, garantiu.

Sobre a atuação da GNR, criticada por populares por alegadamente não ter permitido que os animais fossem salvos com o aproximar das chamas no sábado, Alberto Costa respondeu que “as circunstâncias estão a ser apuradas”.

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“Mas haverá uma parte do inquérito aberto pelo MAI e vamos querer que essa situação seja esclarecida, pelo que não vamos julgar a atuação de nenhuma autoridade no caso até o inquérito estar concluído”, disse.

“Nunca direi que houve inação nem da GNR ou do veterinário. Todo este acontecimento foi sempre acompanhado pela Proteção Civil e pela Proteção da Vida Animal, e a informação que nos foi chegando era positiva e que o assunto estava a ser resolvido”, acrescentou o presidente da câmara.

O ministro da Administração Interna determinou hoje a abertura de um inquérito à atuação da GNR e da Proteção Civil no incêndio que matou 54 animais.

Já a Procuradoria-Geral da República anunciou a abertura de um inquérito.

Segundo a GNR, a morte dos animais no incêndio não se deveu ao facto de ter impedido o acesso de populares ao local, mas à dimensão do fogo e à quantidade de animais.

A morte de 52 cães e dois gatos carbonizados motivou reações dos partidos políticos, com PAN, BE e PCP a exigirem explicações do Governo.

O partido Pessoas Animais e Natureza (PAN) informou que apresentou queixa ao Ministério Público por “crime contra animais de companhia”.

O PEV propôs hoje que o parlamento recomende ao Governo para que faça um levantamento nacional de abrigos particulares como os de Santo Tirso.

Secundando os partidos, a associação Animal pediu ao Governo e ao parlamento para que sejam apuradas responsabilidades.

Uma petição, com milhares de assinaturas já recolhidas, reclama justiça.

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C/Lusa

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