Santo Tirso e Trofa: 85% dos poços e furos particulares têm água imprópria para consumo humano

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Foram analisados 246 poços e furos particulares, nos dois concelhos, e 85% revelaram algum tipo de contaminação. A ação da INDAQUA Santo Tirso/Trofa procurou sensibilizar para a importância da água da rede pública, reforçando que o uso de captações próprias para consumo humano pode representar riscos para a saúde pública.

As análises às captações próprias, realizadas por técnicos acreditados e em laboratórios independentes, são oferecidas pela INDAQUA Santo Tirso/Trofa a um conjunto de clientes comerciais e domésticos. Apesar de não terem caráter obrigatório, a empresa ressalva que “a falta de controlo de poços e furos particulares pode esconder algum tipo de contaminação, não detetável pelo cheiro, cor ou sabor da água”.

Desde 2019, 210 (85%) dos 246 poços e furos analisados estavam contaminados, por fatores microbiológicos (6% das contaminações), físico-químicos (36%) ou ambos (58%).

A INDAQUA Santo Tirso/Trofa entregou os resultados de cada análise aos respetivos proprietários e utilizadores, que foram também informados sobre os riscos para a saúde que correm. Entre outros problemas mais graves, as dores abdominais intensas e as gastroenterites virais encontram-se entre os impactos mais frequentemente causados pela contaminação da água.

“Existe ainda algum desconhecimento sobre a contaminação das captações próprias, que, apesar de muitas vezes invisível, comporta sérios riscos. É neste contexto que realizamos estas análises, sensibilizando a população também para a importância da ligação à rede de abastecimento, que garante água 100% segura, como comprovam os dados do regulador”, denota Anabela Alves, Diretora Geral da INDAQUA Santo Tirso/Trofa. De recordar que, nestes municípios cerca de sete mil alojamentos não estão ligados à rede de abastecimento, apesar de a terem disponível.

O estudo à qualidade das captações próprias foi realizado em cinco municípios cujo abastecimento de água da rede pública é garantido pelo Grupo INDAQUA: Matosinhos, , Santa Maria da Feira, Santo Tirso, Trofa e Vila do Conde. No total das 2.504 captações analisadas, 80% estavam contaminadas.

Entre os parâmetros microbiológicos estudados, destacou-se a contaminação por bactérias coliformes, Clostridium perfringensm, Escherichia coli e Enterococos. Já nos parâmetros físico-químicos, houve maior predominância de contaminação por alumínio, manganês e nitratos, para além de serem identificados valores de pH fora da norma.