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Santo Tirso

“Quatro anos são poucos para se realizar determinados sonhos”

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Prestes a terminar o primeiro mandato à frente da Junta de Freguesia de Vila das Aves, Joaquim Faria anunciou, recentemente, uma importante conquista política, que foi bandeira eleitoral em 2017: abrir a creche/berçário de Vila das Aves. O processo teve desenvolvimentos importantes com a Associação Habitacional de Ringe a assumir o processo. Apesar desta conquista, Joaquim Faria revela, em entrevista ao JA, que ainda “muito” lhe falta fazer na freguesia, abrindo a porta a uma possível recandidatura.

Jornal do Ave (JA): A bandeira de campanha está prestes a ser hasteada. Como caracteriza todo este período em que decorreu o processo de aprovação do infantário de Vila das Aves por parte da Segurança Social?
Joaquim Faria (JF):
Não foi um processo fácil, é certo. Sobretudo, porque há sempre uma série de questões burocráticas. No entanto, sabíamos que, com determinação e afinco, iríamos concretizar este sonho da população de reabrir uma creche e berçário em Vila das Aves. Esta é uma valência que, de facto, faz muita falta na freguesia.
Inicialmente, começamos por fazer um concurso público. Houve duas candidaturas, a vencedora encetou os trâmites normais para o licenciamento, mas dado à elevada burocracia e aspetos técnicos não conseguia abrir o mesmo em tempo oportuno e com alvará da Segurança Social. A candidata vencedora decidiu entregar todo o processo à Junta de Freguesia dado que a Segurança Social informou a candidata que, se todo processo passasse para uma IPSS, além de poderem candidatar-se ao programa PARES 2.0, ficava automaticamente com protocolo. O executivo, de imediato, contactou as IPSS avenses e a que aceitou o processo foi a Associação Habitacional de Ringe.
A licença de funcionamento é o culminar de todo processo que valida legalmente a abertura da creche e berçário.

JA: O que se segue a partir de agora? Que procedimentos têm de ser feitos e qual a previsão de data para o início da obra e que intervenção terá a Junta de Freguesia nesta fase?
JF:
O presidente da Associação de Ringe tem informado o executivo de todos os procedimentos e respostas por parte da Segurança Social, é público que o projeto submetido foi deferido e que a parte técnica do projeto teve de sofrer algumas alterações, tendo já sido retificado e enviado para a Segurança Social. Aguarda-se resposta para, o mais breve possível, se iniciar o concurso público para as obras se iniciarem. Nesta fase, o executivo está a aguardar também mais informações por parte da Associação.

JA: Agora que este objetivo está prestes a ser cumprido, sente que a sua função está cumprida no exercício de funções de presidente de Junta? O que falta fazer ainda?
JF:
A minha função enquanto presidente da Junta é fazer, continuamente, mais e melhor. É verdade que estabeleci o compromisso com a população de abrir o infantário. E vamos abrir. Cumpri. Cumprimos! Mas, mais do que isso, eu diria que muito ainda me falta fazer. Quatro anos são poucos para se realizar determinados sonhos. Este primeiro mandato foi de “estágio”. Tivemos de aprender a perceber, no terreno, quais as reais dificuldades da população. Priorizar os problemas e solucioná-los, sempre dentro daquelas que são as nossas competências. A verdade é que, em pouco mais de três anos, conseguimos fazer muita coisa que, só não vê quem não quer. A título de exemplo, a concretização da primeira fase dos passeios da Barca; a requalificação do muro do antigo cemitério; a reparação de muitos dos passeios que estavam em estado lastimoso; estamos a acabar com todas as ruas em terra; colocamos saneamento em zonas onde não existia. Reforçamos as limpezas nos arruamentos e nos cemitérios. Estabelecemos parcerias com algumas entidades locais, por forma a idealizarmos novos projetos em comum, como por exemplo a criação do Parque de Lazer em frente ao edifício sede da Junta de Freguesia, que, em acordo com uma imobiliária, conseguimos criar um espaço aprazível, onde as pessoas podem descansar, conversar e relaxar.
É bom recordar, também, que ao nível dos recursos humanos, este executivo conseguiu ingressar todos os funcionários da Junta no quadro da Função Pública. Saliente-se que apenas dois funcionários estavam enquadrados. Todos os restantes vinham de contratos, sucessivamente, renovados. É importante lembrar isto, porque nos preocupamos com o bem-estar também daqueles que colaboram connosco. Foi nossa preocupação garantir-lhes uma estabilidade profissional, pessoal e motivacional. Neste prisma, ainda saliento o facto de lhes termos comprado equipamento adequado para trabalhar, como fardas, impermeáveis, botas, enfim… material que lhes possa dar todas as condições de trabalho e toda a dignidade. Compramos ainda um carro de limpeza, para ajudar a acelerar o processo e assim, permitir, em menos tempo, termos mais ruas limpas. E claro, dentro de muitas outras coisas que vamos fazendo, e que aos olhos da população não são tão visíveis, como o apoio consecutivo que damos, como a cedência da carrinha da Junta de Freguesia para quem a solicita. O facto de termos uma equipa de voluntários que vai a casa dos que mais precisam, para prestar serviços, como entrega de mercearia, medicação, etc…
E, finalmente, como bandeira da nossa campanha, como se refere na primeira pergunta, sim, vamos finalmente ter em Vila das Aves a creche e o infantário, que em tempos, encerrou portas. Uma promessa nossa, deste executivo, e que está neste momento a andar.
Por último, quero acrescentar a construção do Parque do Verdeal. Um investimento por parte da Câmara Municipal de Santo Tirso, de 1,8 milhões de euros, que vai satisfazer um programa que assenta nos seguintes objetivos: conceber uma estrutura verde de acesso público, multiusos, diversa e inclusiva; promover a conectividade natural e social; estimular a biodiversidade local pela preservação e plantação de núcleos de árvores (maioritariamente autóctones) resilientes e inspiradores para boas práticas de gestão florestal; ligar as freguesias de Vila das Aves e S. Tomé de Negrelos com novo atravessamento do rio Vizela, estimulando a requalificação urbana nas interfaces do parque. O projeto irá, por isso, envolver a criação de passeios pedonais e cicláveis e espaços multiusos. Serão criados bancos, para desfrute daquele espaço, e uma ponte-passadiço, que facilitará a junção dos dois lados do rio. Uma obra que, pelo que sabemos, está mesmo prestes a arrancar.

Mas é importante referir que todo o bom trabalho que temos desenvolvido, tem sido sempre em articulação com a Câmara Municipal de Santo Tirso. Graças à estreita proximidade, conseguimos estabelecer um diálogo salutar e profícuo, que nos ajuda a priorizar os problemas. E aqui, nunca é demais referir que, com a entrada do atual presidente, Dr. Alberto Costa, foi implementada uma nova dinâmica de planeamento e de trabalho, que capacitou todas as juntas de freguesia com mais verbas para obras, como o facto de se pretender terminar com todas as ruas em terra. Possivelmente, não iremos terminar com todas neste mandato, mas estou certo que a breve trecho conseguiremos terminar. A Câmara Municipal de Santo Tirso tem sido fundamental para a exequibilidade dos nossos projetos, a quem estamos gratos, por todo o apoio dado até ao momento.
Contudo, ambiciosos que somos, e respondendo à pergunta, reconheço que ainda há muita coisa por fazer. Mas estamos atentos e a todo o tempo, paulatinamente, iremos fazer de Vila das Aves uma freguesia apetecível, para se estar, para se viver e para se trabalhar.

JA: Em que medida é que a pandemia condicionou a atuação da Junta de Freguesia e a concretização das atividades/obras programadas?
JF:
Infelizmente, temos uma doença que se chama Covid-19, que assolou, não só o nosso País, mas todo o Mundo. A vida parou. A economia quebrou. As pessoas ficaram em casa. Muitas sem trabalho, outras sem famílias… Por aqui, em Vila das Aves, as situações são idênticas. Tivemos que nos reinventar. Tínhamos um plano de atividades com iniciativas programadas a nível cultural, desportivo e social, que, obviamente, umas canceladas e outras realizadas em formato online. Contudo, nunca estivemos parados. A obra continuou no terreno. Estamos a terminar as ruas em terra e requalificamos a fachada da sede da Junta de Freguesia.

JA: Notou algum agravamento da situação sócio-económica da população, devido à crise provocada pela pandemia? Neste contexto, como atuou a Junta de Freguesia no apoio à população?
JF:
Como temos o apoio da Câmara Municipal de Santo Tirso, facilmente conseguimos chegar às pessoas e ajudá-las naquilo que mais precisam. Temos estado, por isso, sempre muito ativos. Resolvemos já várias questões. Respondemos a várias solicitações de pessoas, tanto a título individual, como a nível institucional. Temos recebido vários pedidos de ajuda. Contudo, convém frisar que, com ou sem pandemia, o lema da nossa Junta de Freguesia tem sido sempre o mesmo: ajudar as pessoas, dentro das nossas possibilidades e das nossas competências.

JA: Que iniciativas mais significativas foram realizadas na freguesia neste mandato?
JF:
Não esqueçamos que Vila das Aves é terra de grandes talentos. Por isso, a cultura é também um dos nossos propósitos. É importante relembrar as iniciativas que introduzimos em Vila das Aves. Algumas mantivemos, outra inovamos. Umas organizadas por nós, outras, com o nosso apoio. Neste mandato tivemos “Vila das Aves City Race”, uma prova de orientação pedestre e de exploração urbana, aberta a todas as pessoas e de qualquer idade, feita de forma individual ou em grupo. Marcamos na agenda o “Rali Só Desce”, organizado pelos Escuteiros. Tivemos a “Corrida de Carrinhos de Rolamentos” e “O Especial Sprint Vila das Aves”, com Show de Drift; Kartcross; Freestyle e Clássicos. Também o Aves Beach Volley e o Torneio de Pinheirinhos de Ringe, voltaram a marcar os eventos desportivos em Vila das Aves, ao longo deste mandato.
A nível cultural, demos um novo rumo às Festas da Vila, deslocalizando-as para a zona do Estádio do CD Aves. Acrescentamos como novidade o conceito da feira gastronómica e do “Mark it”, com passagem de modelos através do comércio local, como forma de o promover.
Mas tivemos muitas outras novidades, como a Festa da Espuma, o Festival da Cerveja e o Aves Fest, onde trouxemos à nossa freguesia grupos de excelência como “Piruka”; “Azeitonas”; “Quim Barreiros”; “Toy”, etc.

JA: Que projetos são necessários em Vila das Aves, para a afirmação do território como potência de desenvolvimento?
JF:
A nossa equipa está consciente das necessidades, quer a nível das vias de circulação, quer a nível da criação de espaços de lazer, quer no apoio à dinamização das coletividades. Mas a nossa grande urgência está na reconstrução da maioria dos passeios, pois a melhoria da mobilidade pedonal é um objetivo que nos propusemos alcançar neste mandato. Queremos apostar nas infraestruturas como meio de segurança para a população. Queremos apostar na melhoria do espaço público e dos nossos espaços verdes. Aumentar as ofertas lúdicas, desportivas e culturais. Pretendemos reforçar os apoios sociais. Estamos a aprimorar a limpeza urbana. Também a aposta na comunicação é preponderante. É nosso objetivo divulgar o que de melhor se faz e acontece na nossa freguesia. Somos uma freguesia com os olhos postos no futuro e estamos conscientes da importância dos canais de comunicação. Por isso, apostamos na aplicação “Juntar A Junta”. Uma ferramenta criada para privilegiar a interatividade com as pessoas, concedendo-lhe um acesso mais facilitado a toda a informação e serviços da freguesia. Ao mesmo tempo, a população pode através desta aplicação, fazer chegar as suas sugestões/reclamações. Estamos a mudar a nossa identidade, através da criação de uma nova imagem, onde pretendemos dar um “ar fresco”, apostando num novo conceito e visualmente mais “moderno”.

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