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Santo Tirso

Presidente da ACIST em entrevista

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Miguel Rossi é o presidente da direção da Associações comercial e Industrial de Santo Tirso, a época em que se luta pela “sobrevivência” em termos comerciais e empresariais fruto das graves dificuldades económicas provocadas pela COVID-19. “Qualquer pessoa a exercer cargos públicos ou associativos sente uma grande frustração por não conseguir ir mais além na ajuda àqueles que nos procuram”, lamenta Rossi.

JA- Ocupa a presidência da ACIST num contexto difícil para as empresas, devido à pandemia de Covid-19. Que desafios atravessam as organizações associadas da ACIST, neste momento? Quais os setores que têm reportado maiores dificuldades em resistir à contração económica?
Miguel Rossi(MR)- Ser presidente nesta altura de uma associação patronal é efetivamente um desafio muito difícil. Qualquer pessoa a exercer cargos públicos ou associativos sente uma grande frustração por não conseguir ir mais além na ajuda àqueles que nos procuram.
O maior desafio é o da sobrevivência. Sobretudo na área do comércio e restauração e na maioria dos casos micro empresas e de caris familiar. Aqui, o problema é financeiro, social e mental e temos de apoiar e cuidar destes pequenos empresários.

JA- Onde residem as principais dificuldades dizem que as empresas/associadas estarem a passar neste momento?
MR- Nestes sectores que referi, é a falta de clientes e a consequente perda de vendas. Os estabelecimentos comerciais estando encerrados e sem perspetivas de abertura ou normalização da atividade estão em desespero. Mesmo canais alternativos como o take-away/ entregas ao domicílio ou vendas online, apenas atenuam os prejuízos e mantém as pessoas ocupadas mas não substituem a atividade no estabelecimento.
O comércio já não sabe como aguentar, não há mais por onde “rapar o tacho” para pagar água, luz, rendas, impostos e outras despesas que nunca desaparecem quando se tem uma firma aberta.

JA- Quantas empresas do concelho/associadas que tiveram de encerrar desde o início da pandemia?
Não existem dados oficiais. É visível aos olhos de todos o encerramento de bastantes lojas no concelho. O problema é cada dia que passa mais grave, se com a vacina vamos resolver a questão de saúde pública, creio que a crise económica ainda vai piorar, especialmente quando o governo começar a retirar alguns dos apoios às empresas.
MR- Que estratégias ou medidas implementou/está a implementar a ACIST para apoiar os associados neste momento de contração económica?
Temos estado muito próximos dos nossos associados. Nomeadamente através do apoio e esclarecimento das medidas que o governo vai lançando, com algumas iniciativas conjuntas com o Município de apoio ao comércio local e ainda com campanhas ao longos dos últimos meses dirigidas aos consumidores para comprarem em Santo Tirso.
De referir, que nunca como nos últimos meses tivemos tantas solicitações e atendimentos. É também um sinal da nossa capacidade, da qualidade dos nossos colaboradores e da importância para o concelho de existir uma entidade como a ACIST.

JA- Em que ponto está o tecido industrial e comercial do concelho de Santo Tirso em termos de adaptação digital, veículo que, neste momento, se reveste de tanta importância para conseguirem chegar aos clientes?
MR – Penso que a indústria estava mais avançada nessa área e por outro lado tem tido mais resistência a esta crise. O facto do sector industrial poder laborar tem permitido, que apesar das quebras, esteja para já a resistir e ter canais internos e de exportação abertos.
O comércio local transformou-se com rapidez às vendas digitais. Felizmente, não temos o hábito de ficar parados e com as lojas encerrados os proprietários e colaboradores foram atrás de plataforma que lhes permitissem vender os seus produtos. No entanto, as vendas online não substituem o comércio de rua nem são em muitos casos compatíveis.

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