Santo Tirso
Na Mercadona, é o cliente que define que produtos vão para as prateleiras
Podia ser um segredo bem guardado, porque, neste mundo dos negócios, é comum utilizar-se o chavão de que a receita para o sucesso é manter os ingredientes da estratégia guardados a sete chaves. Mas no caso da Mercadona, o processo é inverso, em toda a linha.
As “chaves” foram-nos dadas com uma visita ao “cérebro” do retalhista em Portugal: as portas do centro de coinovação, localizado em Matosinhos, abriram-se para o Jornal do Ave, que foi perceber por que é que, na Mercadona, os clientes não são chamados de clientes, mas sim de “chefes”.
A razão? Simples. É através do cliente que a marca, há quatro anos em Portugal, define os produtos que coloca nas prateleiras. O processo desenvolve-se como uma espécie de “pirâmide invertida”, ou seja, o produto é desenvolvido a partir do cliente e não das cadeias de distribuição, acabando com uma “prescrição” que é entendida como “a melhor solução” para cada produto.
Para exemplificar, durante a visita, que contou com três cidadãos que residem em Santo Tirso, foi esmiuçado todo o processo de escolha dos sumos a comercializar pelo retalhista em Portugal. Fátima Maciel é a responsável por esta área, ou seja, cabe-lhe escolher os ingredientes e aprimorar o sabor e a textura dos sumos, de acordo com o que lhe é indicado pelos clientes. Por isso, durante o processo de instalação da Mercadona em Portugal, Fátima Maciel foi, literalmente, viver com potenciais clientes, para descortinar os gostos dos portugueses, que, logo à partida percebeu, são completamente diferentes dos dos espanhóis. “Eles são mais práticos, gostam de sabores mais tradicionais, enquanto nós portugueses gostamos de inovar e temos um gosto particular por sabores tropicais”, explicou.
“Nas provas que fazemos, tentamos replicar sempre como o cliente faz em casa, é esta a forma mais eficaz que temos de comprovar que os nossos produtos estão de acordo com o gosto dos nossos chefes e que estamos a fazer um bom trabalho”Fátima Maciel, responsável pelos néctares da Mercadona
Depois desta perceção, chegar ao néctar perfeito revela-se um processo em constante desenvolvimento e, para isso, Fátima testa cada lote que chega aos supermercados para verificar se os parâmetros estabelecidos – e que resultam da tal prescrição dos “chefes” – estão a ser cumpridos. Neste caso, também os visitantes tirsenses tiveram “voto na matéria”, participando em “provas cegas”, que tentam “replicar” a forma como os clientes consomem em casa.
Como é apreciadora de maracujá, Manuela Lopes, residente “ao lado” da cidade, foi desafiada a provar dois sumos, um da marca Hacendado, da Mercadona, e outro de uma das marcas mais vendidas em Portugal. Manuela acabou por gostar dos dois, acabando por eleger o sumo da Mercadona, com o argumento de que, pelo sabor que apresentava, “só lhe faltavam as grainhas do maracujá”.
“É no nosso centro de coinovaçao que testamos, diariamente, os nossos produtos, fazemos provas cegas com os nossos clientes e confirmamos a qualidade dos produtos que entram, todos os dias, nos nossos supermercados”João Miranda, responsável pelo Centro de Coinovação da Mercadona Portugal
Assim como acontece com os sumos, outros produtos são diariamente testados no centro de coinovação de Matosinhos e não é à toa que, naquele local, todos os equipamentos surgem em duplicado, como os fogões, as placas de indução, os fornos e os microondas, para que os ensaios entre produtos sejam feitos em ambiente e condições iguais.
Na Mercadona, os produtos têm de ter origem “no melhor fornecedor”, esteja ele onde estiver. É o caso do azeite, naturalmente português e com carimbo da Riazor, de Santarém, ou da manteiga dos Açores, ou do presunto, vindo de Espanha e cuja qualidade é globalmente reconhecida, ou das bolachas belgas, produzidas na Bélgica por um fornecedor que permite ao retalhista apresentar “um produto de qualidade a preços competitivos”.
O caminho que tem desbravado para se tornar no supermercado mais português de Portugal sustenta-se por este trabalho contínuo, refletido em distinções já conseguidos, como o reconhecimento da DECO ao vinho Castelo de Moinhos Alvarinhos 2019, na decisão de pagar os impostos neste país e pelo contributo que dá no reforço da economia nacional, ao exportar, atualmente 90 por cento das suas compras a fornecedores comerciais portugueses para Espanha.
Um supermercado diferente
O ambiente proporcionado pela Mercadona nos supermercados também é totalmente diferente do que é apanágio. Corredores amplos e espaçosos, secções “racionais” – com a exposição dos produtos das marcas mais reconhecidas – e frescos evidenciados. Na peixaria da Mercadona de Matosinhos, por exemplo, há indicação dos produtos que vieram diretamente da lota e dos que passaram pelo centro logístico.
A secção de Pronto a Comer é um convite a uma viagem gastronómica. São mais de 40 refeições distintas que podem ser encontradas nas prateleiras da Mercadona, onde se incluem pratos como a dourada com legumes, a salada de bacalhau com grão, o bacalhau gratinado com batatas ou o salmão ao vapor com legumes, entre outras opções. As pizzas e as massas são confecionadas no momento, em que os clientes podem escolher os ingredientes ao seu gosto. Podem também servir-se no móvel de saladas self-service, onde estão afixadas as boas práticas da sua utilização, ou tomar o seu café ou bebida quente, com todos os cuidados de segurança e higiene assegurados.
“Desenvolvemos a nossa marca própria em conjunto com os nossos clientes e é a partir daí que garantimos a qualidade dos nossos produtos. Outros dos fatores de diferenciação na Mercadona é que não existem promoções para que as pessoas possam comprar os produtos sempre a preços competitivos”. André Silva, Diretor de Comunicação da Mercadona
Notícias
Maternidade de Famalicão vai ter bloco de partos requalificado
A candidatura do CHMA foi apresentada em parceria com os Municípios de Famalicão, Trofa e Santo Tirso, com o valor global de 283.887,37€, e mereceu um financiamento de 251.426,17€. Os restantes 32.461,20€ serão assegurados pelos três Municípios, o que revela, de acordo com o comunicado da DE-SNS de apresentação dos resultados do Programa, “a relevância desta área para a sociedade civil”.
O Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA) acaba de ver aprovada pela Direção Executiva do SNS (DE-SNS) a sua candidatura à requalificação do Bloco de Partos.
O “Programa de Incentivo Financeiro à Qualificação dos Blocos de Parto do Serviço Nacional de Saúde”, publicado através do Despacho n.º 557/2023, de 11 de janeiro, consagra que a qualificação dos blocos de parto das unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é uma medida estruturante na criação de condições de qualidade e segurança para grávidas, recém-nascidos e profissionais de saúde, contribuindo para a humanização dos cuidados prestados.
O Programa de Incentivo valorizava as candidaturas de acordo com os seguintes critérios: a) Cumprimento dos requisitos técnicos definidos pela Administração Central do Sistema de Saúde, I. P. (ACSS, I. P.); b) Coerência entre o diagnóstico de necessidades, a intervenção proposta e os resultados esperados em termos de resposta aos desafios de acesso, qualidade, segurança e humanização dos cuidados pré e pós-natais e dos partos; c) Adequação do cronograma e do plano orçamental; d) Capacidade de obter apoios financeiros externos ao Ministério da Saúde; e) Valorização estratégica da proposta, em função do impacto no SNS.
A candidatura do CHMA foi apresentada em parceria com os Municípios de Famalicão, Trofa e Santo Tirso, com o valor global de 283.887,37€, e mereceu um financiamento de 251.426,17€. Os restantes 32.461,20€ serão assegurados pelos três Municípios, o que revela, de acordo com o comunicado da DE-SNS de apresentação dos resultados do Programa, “a relevância desta área para a sociedade civil”.
A candidatura do CHMA procurava, principalmente, obter financiamento para a renovação completa dos seus equipamentos – recorde-se que o Bloco de Partos foi recentemente objeto de obras de beneficiação, orientados para a humanização dos cuidados e conforto da grávida e acompanhante.
O financiamento aprovado permitirá instalar os mais modernos sistemas de monitorização do parto, unidades de reanimação e outros equipamentos de última geração, bem como mobiliário diverso, incluindo novas camas de parto. Inclui também uma pequena obra de ampliação do bloco de partos, que permitirá criar mais uma sala, melhorando a capacidade de resposta do Serviço. A realização destes investimentos, que têm de estar concluídos até ao final deste ano, permitirá reforçar a comodidade e sobretudo a segurança de todo o trabalho de parto, das grávidas e recém-nascidos.
O CHMA não pode deixar de congratular-se com a aprovação desta candidatura e não pode deixar de manifestar o seu agradecimento aos três Municípios envolvidos, que, desde a primeira hora, se associaram ao projeto com entusiasmo e com importante compromisso financeiro.
Santo Tirso
ALUNOS DA ESCOLA PROFISSIONAL CIDENAI CRIAM “ÁRVORES DE POESIA” NO ARRANQUE DA POESIA LIVRE
Da sala de aula para o verde do prado no Parque Urbano do Ribeiro do Matadouro, os alunos da Escola Profissional de Serviços Cidenai aproveitaram o sol para assinalar o Dia da Poesia e o Dia da Árvore, numa iniciativa que marca o arranque do Poesia Livre, em Santo Tirso.
Os alunos da Escola Profissional de Serviços Cidenai assinalaram, esta terça-feira, o arranque do Poesia Livre com “Árvores de Poesia”, dinâmica que os levou ao Parque do Ribeiro do Matadouro, em Santo Tirso, numa data que é simultaneamente dia da Poesia e da Árvore.
Da sala de aula para o verde do prado no Parque Urbano do Ribeiro do Matadouro, os alunos da Escola Profissional de Serviços Cidenai aproveitaram o sol para assinalar o Dia da Poesia e o Dia da Árvore, numa iniciativa que marca o arranque do Poesia Livre, em Santo Tirso.
“Árvores de Poesia” é o título do circuito, com diferentes momentos de pausa junto a árvores do parque, onde cada turma desta escola parou para declamar, musicar, dançar ou até desenhar um poema.
Para Dulce Ferreira, professora de Português que orientou os estudantes pelos caminhos do parque, “a escola está a viver a poesia neste momento”. “Esta aula que demos aqui hoje valeu por várias aulas [dentro da sala de aula]. Vivemos a poesia em vez de estarmos a falar da poesia”, acrescentou.
A professora é ainda responsável pelo Clube de Poesia da Escola de Cidenai, que tenta “sensibilizar os alunos para o gosto pela poesia, porque sabemos que a queda para a poesia nunca é tanta, vamos mais para os textos narrativos”.
“Temos de os incentivar, mostrar que eles conseguem, que eles sabem — e temos de apelar à criatividade, indo um bocadinho ao encontro dos gostos dos jovens neste momento: como vimos aqui nalgumas atividades, os alunos fizeram uma música, cantaram, num registo mais moderno; já a última turma gosta de dançar, de dramatizar…”, resumiu a professora. “Tentamos que sejam eles a ter as ideias e não tanto impor. Assim, acabamos por conseguir envolver a maioria dos alunos”, acrescentou, lembrando que “para alguns a timidez também é mais forte”.
Ricardo Sampaio, diretor pedagógico da Escola Profissional de Serviços de Cidenai, disse que trazer os alunos ao Poesia Livre é também importante para “tirá-los da sala de aula, tirá-los do retângulo habitual que é a escola e trazê-los para lugares onde as coisas acontecem de forma diferente”.
A instituição participa no Poesia Livre “desde o primeiro momento”, lembrou. “Esta atividade está a caminhar para o vigésimo aniversário e recordo os anos anteriores, onde sempre participámos, sempre envolvemos os alunos, porque para nós, como escola profissional, além de tentarmos trabalhar com eles no saber fazer, também lutamos para que saibam ser, e estas atividades ajudam muito a construir o ser de cada um”.
Iniciativa do Município de Santo Tirso, o programa da edição deste ano da Poesia Livre arrancou com uma atividade na Estação Ferroviária de Vila das Aves, organizada pela Escola Básica da Ponte. Até sábado, há perto de 70 atividades, grande parte delas a decorrerem nos estabelecimentos de ensino do concelho.
Para o público em geral estão previstas mais de duas dezenas de momentos dedicados à poesia, todos com entrada livre, destacando-se um recital musical de poesia (dia 23, às 21h30) com o ator Pedro Lamares, inspirado no último livro de poemas de Manuel António Pina, e um espetáculo que cruza imagens visuais e sonoras numa viagem pela escrita e pelas paisagens de Miguel Torga, numa criação dos músicos Rui David e Blandino (25 de março, 21h30). Ambos os espetáculos irão decorrer na Fábrica de Santo Thyrso.
Haverá espaço ainda para a Festa da Poesia, também na Fábrica de Santo Thyrso, a 25 de março, envolvendo exposições organizadas pela Universidade Sénior Tirsense e um conjunto de atividades, a partir das 15h30, promovidas por estabelecimentos de ensino e pelo Teatro Aviscena.
A programação completa pode ser consultada na página da Câmara Municipal de Santo Tirso, em www.cm-stirso.pt.
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