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Liga dos Amigos do Hospital de Santo Tirso comemora 31 anos

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A Liga dos Amigos do Hospital de Santo Tirso (LAHST) está a assinalar 31 anos de atividade. Este sábado, a efeméride é celebrada com um jantar na Fábrica de Santo Thyrso. O Jornal do Ave entrevistou o presidente da associação, Nuno Costa Carvalho, para falar sobre a instituição, os projetos e as atividades que têm sido desenvolvidas.

Natural de Santo Tirso, Nuno Costa Carvalho está no seu segundo mandato como presidente da LAHST. Licenciado em Engenharia Eletrotécnica e a exercer funções de direção de Serviço como Engenheiro Hospitalar no Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA), “orgulha-se de liderar “uma equipa excelente”, mas deixa já a garantia de que “não será candidato a novo mandato nas eleições a realizar em novembro de 2017”.
Atualmente, a Liga dos Amigos conta com “44 voluntários”, que prestam apoio nos “serviços de Urgência, de Internamento, de pequenos-almoços nas Consultas Externas, nos Laboratórios de Patologia Clínica e Imuno-Hemoterapia e apoio ao Serviço de Hospital de Dia Oncológico, através do Grupo “Vencer e Viver”. Existem ainda “104 núcleos da Liga”, que correspondem ao “conjunto de sócios que, espalhados pelos concelhos de Santo Tirso e Trofa, procedem à cobrança das quotas”.
Todos os que queiram apoiar a Liga dos Amigos do Hospital de Santo Tirso, podem inscrever-se como sócios, por um custo anual de cinco euros, ou através de donativos. “A inscrição na Bolsa de Voluntários também pode ser uma forma de ajudar a Liga a atingir os objetivos estatutários”, adiantou Nuno Costa Carvalho.

Jornal do Ave (JA): Como tem sido dar seguimento ao legado de José Luís Martins nestes últimos anos?
Nuno Costa Carvalho (NCC): Curiosamente a estrutura da Liga, que é assente apenas em voluntários, não possuindo por conseguinte uma estrutura tradicional e profissionalizada, é relativamente fácil de gerir, obrigando no entanto a uma grande presença na Instituição. No meu caso pessoal, isto é facilitado pelo facto de exercer a minha atividade profissional maioritariamente no Hospital de Santo Tirso. O nosso maior desafio é a procura de meios de financiamento que complementem o nosso orçamento. Este provém apenas das quotizações dos associados, do apoio de um grupo de empresas para a realização e concretização de alguns projetos específicos e de um protocolo com os Rotários de Santo Tirso e a Liga Portuguesa Contra o Cancro.

JA: Ao fim de mais de 30 anos, a Liga dos Amigos é uma associação com o devido reconhecimento pelas entidades e comunidade abrangida pelo Hospital?
NCC: Julgo que sim. O facto de não estarmos financeiramente dependentes de ninguém a não ser dos nossos associados e de um pequeno grupo de mecenas leva-nos a isso. Penso que este facto nos permite ter o reconhecimento da sociedade civil dos dois concelhos que servimos, bem como ao facto de a maior parte dos apoios que prestamos aos utentes do Hospital de Santo Tirso ser feito de uma forma discreta e, modéstia à parte, eficaz. Estamos também sempre disponíveis para colaborar com as autarquias e com o hospital quando solicitado. Um dos pontos fortes desta relação é o facto de sermos uma das instituições que integra o dispositivo de proteção civil do concelho. Há, em minha opinião, a perceção que a Liga não procura protagonismos bacocos, mas apenas o desejo de poder apoiar quem mais precisa, através de uma ajuda técnica, um pequeno-almoço ou da Humanização Hospitalar, que é o nosso maior desafio e objetivo.

JA: Nos anos à frente da Liga, que projetos já conseguiu implementar?
NCC: Não creio que exista um projeto de uma ou de outra direção. Creio que existe uma lógica de continuidade que tem como objetivo final proporcionar uma maior qualidade, um maior bem estar aos doentes e utentes do Hospital. Desta forma, os projetos concorrem para esse fim comum. Obviamente que, atualmente, não será possível à Liga financiar um novo serviço no Hospital de Santo Tirso, como no passado já o fez (hospital de dia Oncológico, cardiologia por exemplo), mas é possível a aquisição de equipamentos que permitam aumentar a diferenciação de um ou mais serviços, sendo o exemplo claro disto a aquisição de um OCT (Tomografia de Coerência Óptica) para o Serviço de oftalmologia do Hospital de Santo Tirso.
Deste modo permitiu-se o acesso facilitado dos nossos utentes a um exame que os obrigava a deslocarem-se ao Hospital de S. João no Porto. Este é um dos exemplos do trabalho conjunto que a Liga faz com a Administração do CHMA.

JA: Todos tiveram os resultados esperados ou houve alguns que não passaram de experiências?
NCC: Obviamente houve e há projetos que tentamos implementar que não vingaram por um ou outro motivo. Dou como exemplo a criação de um parque de ajudas técnicas para o Serviço de internamento de Ortopedia. A transferência deste serviço para a Unidade de Vila Nova de Famalicão levou a que este projeto, que garantia o acesso a ajudas técnicas (canadianas, andarilhos ou de cadeiras de rodas) de forma gratuita no pós-operatório, fosse cancelado.
Conseguiríamos, em nossa opinião, para além da resolução de um problema concreto dos utentes, o despertar de uma verdadeira consciência social.

JA: Há muitas formas de fazer voluntariado. Como é que descreve o voluntariado praticado pela Liga dos Amigos do Hospital de Santo Tirso?
NCC: Ser voluntário na Liga é ser voluntário hospitalar. Tem por conseguinte um conjunto de particularidades que outras atividades voluntárias não têm. É necessário ter características de abnegação enormes e uma elevada discrição pela fragilidade em que se encontram as pessoas que ajudamos. Não fazemos a caridadezinha, mas fazemos caridade e a verdadeira caridade abre os braços e fecha os olhos. Os nossos voluntários são voluntários do quotidiano, voluntários do dia à dia, voluntários do ordinário. Fazem o bem sem esperar aplausos, sendo essa discrição normalmente a prova do seu sucesso.

JA: Além dos voluntários, a Liga conta com o apoio de empresas. Que tipo de importância tem esse contributo do setor empresarial?
NCC: A Liga conta com um conjunto de parceiros que nos apoiam, direta e indiretamente, nas nossas atividades diárias. Seria injusto enunciar uns e correr o risco de não enunciar outros. Contudo, também acredito que estes nossos parceiros conhecem o nosso papel na sociedade. As relações de parceria normalmente são longas. Não procuramos poucos parceiros que nos ajudem com muito, preferimos, no entanto, muitos que nos ajudem com pouco.

JA: Quais as atividades realizadas ao longo do ano pela Liga?
NCC: As atividades assistenciais do nosso corpo de voluntários dentro do Hospital são diárias. Os nossos voluntários são facilmente identificados pelas batas amarelas com que circulam pelos corredores e serviços do Hospital. Realço uma atividade que conta com a participação de cerca de um milhar de pessoas, “A Caminhada Rosa”. Esta é realizada anualmente no mês de outubro e lembra a importância da prevenção para a deteção precoce do cancro da mama.

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