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Santo Tirso

Exposição de Alberto Carneiro na Fábrica de Santo Thyrso

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É uma das maiores exposições de Alberto Carneiro e, desta vez, em Santo Tirso. “Esculturas e Desenhos – 1963 – 2015” é a sua mais recente mostra antológica, constituída por uma seleção de esculturas e desenhos que cobrem o arco temporal dos mais de 50 anos de atividade deste artista, que renovou os sentidos da escultura realizada em Portugal. Depois do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, em 2013, a exposição de Alberto Carneiro é inaugurada no dia 7 de março, pelas 18h00, na Fábrica de Santo Thyrso. Uma organização da Câmara Municipal.

Mais de 120 desenhos e 60 esculturas vão integrar esta grandiosa mostra, que revela as preocupações que, desde sempre, estão presentes nesta obra dedicada à relação entre o indivíduo, os elementos naturais e a perceção paisagística do mundo.

“É uma honra para Santo Tirso promover uma exposição de Alberto Carneiro, uma vez que se trata de um artista que está intrinsecamente ligado ao Município, não só pelo facto de ter obras expostas na cidade, mas, fundamentalmente, por ter sido o grande impulsionador da realização de um grandioso projeto de arte pública”, congratula-se o presidente da Câmara de Santo Tirso, Joaquim Couto, referindo-se ao Museu Internacional de Escultura Contemporânea ao Ar Livre, único no país.

Alberto Carneiro é um dos artistas que, nas décadas de 60 e 70, abriu novos caminhos para a prática artística em Portugal. Em 1994, recebeu as Comendas de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, que visa distinguir a prestação de serviços relevantes a Portugal, no País ou no estrangeiro ou serviços na expansão da cultura portuguesa, da sua História e dos seus valores.

Depois da exposição individual que o Museu de Arte Contemporânea de Serralves lhe dedicou, em 2013, é a vez de apresentar a sua obra em Santo Tirso. O seu trabalho resulta de um equilíbrio entre o rigor analítico e a exploração poética dos materiais da escultura, ambos concorrendo para uma auscultação dos ritmos da natureza e para o desvendamento das energias contidas nas matérias naturais, a partir das sensações despoletadas pelo seu corpo, através do contacto com a paisagem, os elementos naturais e os seus arquétipos árvore e montanha. Como escreveu em 1965: “A natureza sonha nos meus olhos desde a infância. Quantas vezes adormeci entre as ervas? A minha primeira casa foi em cima da cerejeira que é hoje uma escultura. Entre o meu corpo e a terra houve sempre uma identidade profunda. A floresta ou a montanha que eu trabalho num tronco de árvore ou num bloco de pedra fazem parte integrante do meu ser.”

A exposição é inaugurada no dia 7 de março, pelas 18h00, com a presença do escultor e do presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso. Com entrada gratuita, a mostra pode ser visitada até ao dia 30 de abril, de segunda a sexta-feira, entre as 09h00 e as 18h00 e ao fim de semana, entre as 14h00 e as 18h00.


DADOS BIOGRÁFICOS

Alberto Carneiro nasceu no Coronado, Portugal, em 1937. Entre os 10 e os 21 anos, aprendeu o ofício de santeiro nas oficinas de arte sacra da sua terra natal. Diplomado pela Escola Superior de Belas Artes do Porto (1961-1967) e Pós-Graduado pela Saint Martin’s School of Art de Londres (1968-1970). Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian: Porto (1962-1967) e Londres (1968-1970). Professor Associado, Agregado pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Lecionou no Curso de Escultura da ESBAP (1971-1976), no Curso de Arquitectura da FAUP (1970-1999) e foi responsável pela orientação pedagógica e artística do Círculo de Artes Plásticas, Organismo Autónomo da Universidade de Coimbra (1972-1985). Dedicou-se ao estudo do Zen, do Tao, do Tantra e da Psicologia Profunda. Viajou pelo Oriente e pelo Ocidente para viver e interiorizar outras culturas. Expõe desde 1963. Realizou 93 exposições individuais e participou em mais de cem exposições coletivas em Portugal e no estrangeiro. Teve exposições retrospetivas no CAC do Museu Soares dos Reis, Porto (1976), na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1991), na Fundação de Serralves, Porto (1991), no Museu Machado de Castro e Pátio da Inquisição, Coimbra (2000), no Centro Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela (2001), no Museu de Arte Contemporânea, Funchal (2003), no Centro Cultural de Cascais (2005), na Fundação Beulas, Huesca (2006), na Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, Almada (2011) e no Centro de Arte Contemporânea de Bragança (2012). Representou Portugal nas Bienais de Paris (1969), de Veneza (1976) e de São Paulo (1977). Apresentou um conjunto muito significativo de novos trabalhos na exposição individual que o Museu de Arte Contemporânea de Serralves (Porto) lhe dedicou em 2013. Está representado em museus e coleções públicas e privadas, em Portugal e no estrangeiro. Realizou esculturas públicas em Portugal, Eslovénia, Inglaterra, Irlanda, Coreia do Sul, Equador, Taiwan, Andorra, Espanha e Chile. Criou o Museu Internacional de Escultura Contemporânea nos espaços públicos da Cidade de Santo Tirso com a realização dos Simpósios Internacionais de Escultura Contemporânea (desde 1991) e o Parque Internacional de Escultura Contemporânea na Vila de Carrazeda de Ansiães (2002-2009). Publicou inúmeros textos e três livros, um em coautoria, sobre Arte e sobre Pedagogia. Recebeu os prémios: Rocha Cabral da Academia Nacional de Belas Artes (1963), Meireles Júnior, ESBAP, (1962 e 1963), Teixeira Lopes, ESBAP (1965), Nacional de Escultura (1968), Nacional de Artes Plásticas-AICA/MC (1985), Antena I (1987-88), Tabaqueira de Arte Pública (2004), Casa da Imprensa (2004) e Prémio de Artes Casino da Póvoa (2007). Recebeu as Comendas de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1994) e de Mérito Cultural de Primeira Classe do Equador (1998), a Medalha de Ouro do Concelho de Santo Tirso (1993) e a Medalha de Honra do Município de Carrazeda de Ansiães (2009). Vive e trabalha no Coronado.

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