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Dia da Alimentação: os seis mitos da alimentação na diabetes

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Hoje assinala-se o Dia Mundial da Alimentação e por ser condição obrigatória para um bom controlo da doença, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal divulgou os seis mitos relacionados com a alimentação em pessoas com diabetes.

Esta doença afeta mais de um milhão de pessoas em Portugal, sendo que mais de 50% da população corre o risco de a contrair por ter obesidade ou excesso de peso.

Além da alimentação, os diabéticos devem manter um estilo de vida ativa, com prática diária de atividade física, como uma caminhada de 30 minutos, para ajudar o organismo a absorver a insulina.

MITO 1
As pessoas com diabetes não podem fazer uma alimentação normal
A alimentação das pessoas com diabetes deve incluir todos os grupos de alimentos de forma equilibrada e variada, tal como se recomenda na alimentação saudável de qualquer pessoa sem diabetes. Existem alguns cuidados importantes pela necessidade de controlar os níveis de glicemia (açúcar no sangue), de conseguir um peso saudável e de manter os níveis de colesterol, triglicéridos e pressão arterial normais. Alguns destes cuidados incluem aumentar a ingestão de fibra e reduzir os hidratos de carbono refinados e alimentos processados ricos em açúcares, gordura e sal. Um dos desafios mais importantes é aprender a ingerir as quantidades certas em cada refeição, para uma boa gestão calórica e controlo dos níveis de glicose após as refeições e ao longo do dia, tendo ainda em consideração fatores como a idade, o peso e o tipo de terapêutica.

MITO 2
As pessoas com diabetes não podem comer doces
As pessoas com diabetes podem ingerir doces, mas não todos os dias. O mesmo conselho é dado, aliás, a toda a população. São no geral alimentos ricos em açúcar, gordura e calorias, que contribuem para o pior controlo glicémico e excesso de peso. Devem por isso reservar-se para situações ocasionais, em pequenas doses e combinado previamente com a equipa de saúde o tipo de ajustes ou cuidados a ter para evitar o aumento acentuado dos níveis de glicose no sangue. 

MITO 3
As pessoas com diabetes podem comer fruta sem restrição de quantidade
A fruta contém hidratos de carbono e é rica em outros nutrientes fundamentais como a fibra, vitaminas, sais minerais e anti-oxidantes. Deve integrar o plano alimentar das pessoas com diabetes, mas como todos os alimentos, em porções recomendadas. No geral cerca de 3 doses de fruta diárias, privilegiando a fruta fresca (não em sumo) e quando possível com casca, por apresentar um maior teor de fibra com benefícios para o controlo da glicemia, do colesterol, da saúde intestinal, entre outros. “Considerando o impacto na glicemia, pode finalizar uma refeição que não contenha excesso de hidratos de carbono, ou pode integrar um lanche saciante, com um iogurte não açucarado ou uma pequena dose de frutos oleaginosos (noz ou amêndoa), por exemplo”, explica Maria João Afonso.

MITO 4
Quem come muito açúcar vai ter diabetes
“A alimentação rica em açúcares adicionados é, para além da alimentação hipercalórica, do excesso de peso, da obesidade e do sedentarismo, entre outros, um dos fatores que aumenta o risco da diabetes tipo 2”. Este tipo de diabetes está intimamente relacionada com o excesso de gordura corporal (principalmente abdominal), que resulta numa maior dificuldade na ação da insulina.

MITO 5
Eliminar totalmente os hidratos de carbono ajuda a tratar a diabetes – “As pessoas com diabetes têm necessidade de controlar ou gerir a quantidade de hidratos de carbono em cada refeição e o tipo de alimentos que fornece esses hidratos de carbono.  Mas quantificar ou reduzir quando em excesso, não é o mesmo que eliminar, com vários riscos para a saúde. A quantidade total varia com a idade, género, peso e nível de atividade física, sendo que a gestão relacionada com a distribuição ao longo do dia (número de refeições e quantidades) é adaptada aos objetivos e tipo de tratamento de cada pessoa com diabetes. Para além disso devem privilegiar-se os alimentos com hidratos de carbono menos processados, sem adição de açúcares, gorduras e sal por um lado, e mais ricos em vitaminas, sais minerais e fibras importantes para o controlo glicémico e saúde cardiovascular”, afirma a nutricionista da APDP.

MITO 6
Não é necessário controlar a ingestão de gordura 
“As gorduras devem ser ingeridas com moderação devido ao elevado valor energético, no entanto considerar a qualidade é fundamental para a saúde cardiovascular, dando preferência às gorduras insaturadas como as que existem no azeite, atum, cavala, salmão e outros peixes, no abacate, ou em frutos oleaginosos sem sal (amêndoas, nozes, avelãs, …)”, sugere a responsável pela área da nutrição na APDP.

José Manuel Boavida, presidente da APDP, referiu, a propósito deste dia, que “o maior combate pela prevenção da diabetes é a redução da obesidade”. “Sabemos bem que esta não é uma luta só individual. Ela é essencialmente uma guerra contra interesses económicos e culturais estabelecidos, e pela criação de estruturas de apoio e motivação a todos aqueles que procuram ser mais saudáveis, perdendo peso, evitando o  estigma e conseguindo evitar todas as suas consequências nefastas”, concluiu.

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Há diversos tipos de diabetes, sendo a mais prevalente a diabetes tipo 2, que afeta a capacidade de o organismo converter em energia o açúcar presente no sangue. Este processo é controlado pela insulina que, no caso da diabetes tipo 2, não atua com eficiência, uma vez que o corpo oferece resistência. Isto tem como resultado a subida anormal e progressiva dos níveis de “açúcar” no sangue (glicemia), que pode causar problemas nefastos a médio/longo prazo, como o pé diebático, retinopatia, disfunção eréctil ou nefropatia diabética (relacionado com sistema renal).

Já a diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, diagnosticada, muitas vezes, na infância, que não está associada ao excesso de peso ou consumo excessivo de doces, mas sim com o facto de o sistema imunológico atacar as células beta do pâncreas, que deixam de produzir insulina pois existe uma destruição maciça destas células produtoras de insulina, o que provoca a subida dos níveis de glicose (‘açúcar’) no sangue. Esta doença não pode ser controlada com outro medicamento a não ser a insulina, através de injeções ou de sistemas de perfusão perfusão subcutânea contínua de insulina, conhecidos por bombas de insulina.

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