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Desp. Aves: Promessa de pagamento de salários não acalmou ânimos. Beunardeau rescindiu contrato

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Beunardeau bateu com a porta e parece ser o primeiro jogador a sair de um barco que se aproxima perigosamente de um ponto sem retorno. O guarda-redes francês, de 26 anos, terá apresentado, hoje, a rescisão do contrato de trabalho com a SAD do Desportivo das Aves, alegando ter por auferir os ordenados de janeiro, fevereiro e março.

Segundo noticia o jornal Público, além destas prestações remuneratórias, o jogador reclama ainda uma indemnização de 177 mil euros pelas “retribuições vincendas” e ainda a quantia de 15 mil euros correspondente ao prémio pelo número de jogos disputados no campeonato da presente época.

Esta decisão surge já depois de alguns “episódios” de uma novela que começou com uma tomada de posição do plantel que, 12 de março, recusou treinar, em protesto.

Poucos dias depois, o guardião, um dos que mais ripostou publicamente sobre este processo, referiu à Radio Monte Carlo que a SAD “prometeu que nos iria pagar os dois meses e concordámos em treinar e ir ao jogo, mas a meio da semana ninguém tinha recebido”. “Soubemos depois que tinha pagado da sua conta pessoal aos dois avançados, que têm maior valor de mercado, e o grupo ficou revoltado. Era para todos ou para ninguém”, afirmou, referindo-se à diretora-executiva Estrela Costa.

No fim de março, Beunardeau ficou a saber que, juntamente com o colega Estrela, tinha sido alvo de um processo disciplinar, divulgado pelo Sindicato dos Jogadores. “Os jogadores foram notificados da nota de culpa de um processo disciplinar que visa a aplicação de uma multa, num momento em que estão com vencimentos por receber. É mais um ato absurdo de gestão desportiva, um capricho de quem não tem mais nada para fazer e uma ofensa à nossa inteligência”, lamentou Joaquim Evangelista.

O clube terá invocado como infração as declarações dos jogadores prestadas à comunicação social sem autorização.

“Um processo disciplinar contra um trabalhador por exercer a sua liberdade de expressão e se pronunciar sobre factos públicos e notórios, respaldados por uma posição coletiva tomada anteriormente através da sua associação sindical, não merece qualificação sobre o caráter das pessoas que estão a promover isto”, acrescentou o sindicado.

Também a Liga Portuguesa de Futebol Profissional se pronunciou ao confirmar que o Desportivo das Aves “não cumpriu a sua obrigação de demonstrar a inexistência de dívidas a jogadores e treinadores referentes aos meses de Dezembro de 2019 e Janeiro e Fevereiro de 2020”. Ora, este incumprimento pode valer ao emblema a perda de dois a cinco pontos, num processo que será decidido pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.

Esta segunda-feira, este órgão fez saber que abriu um processo disciplinar a uma SAD, que tudo indica que seja ao Aves, por incumprimento salarial.

A situação do clube na 1.ª Liga é difícil, já que ocupa o último lugar e está a nove pontos da linha de água.

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SAD prometeu pagar até no dia 10

Segundo o jornal Record, a SAD do clube comprometeu-se a pagar os salários em atraso no dia 10 de abril. A informação foi, segundo o diário desportivo, comunicada pelos dirigentes da sociedade anónima através de uma videochamada, feita no último sábado, com jogadores, equipa técnica e restante staff.

Esta notícia surgiu um dia depois de a direção do clube ter apresentado um comunicado em que colocou a hipótese de fazer “intervenção direta na SAD, fazendo uso das prerrogativas contratuais existentes, caso o acionista maioritário e os administradores executivos não adotem medidas urgentes, concretas e eficazes para a resolução desses problemas”.

“A direção do Clube tem vindo a acompanhar, a apurar e a analisar os diversos problemas existentes, numa postura cooperante e disponível (como aliás sempre teve)”, pode ler-se na nota oficial da direção do clube, que reiterou não se rever “minimamente na situação em que a Aves SAD se encontra”.

Antes, a 22 de março, em comunicado, a SAD tinha referido que a situação de incumprimento “se deve ao facto da atividade económica da China ainda não ter sido retomada a cem por cento e de isso vir a impedir os seus responsáveis de fazer a gestão interna esperada, situação de que Portugal vem tomando noção nos últimos dias, com os constrangimentos impostos na vida dos portugueses por causa do Covid-19”. 

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