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De cabeça no ar, Marcelo criou projeto que dá novas cores aos aviões

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As várias, e longas, tardes de domingos que passou com os pais junto ao aeroporto para ver os aviões influenciaram, de forma determinante, a vida de Marcelo Almeida. Este tirsense de Santa Cristina do Couto, com 17 anos e finalista do Ensino Secundário na Escola Secundária D. Dinis é um apaixonado pela aviação, mas não quer ser piloto. O que o move não é o que está por dentro, mas sim o que se vê por fora.

Em agosto de 2019, começou a criar pinturas para as aeronaves, num trabalho de design que evoluiu de forma autodidata até chegar a um nível, onde, assume sem rodeios, “só quatro ou cinco no mundo estão”. Assim nasceu o projeto Delivery Designer.

“Os primeiros designs demoravam entre uma a duas horas a fazer, agora não, são três a quatro dias. Há cada vez mais estudo de cores, é preciso adaptar tudo o que é a curvatura e a perspetiva do logótipo em função do avião. Mas também é por esse imenso trabalho que me tornei num designer exclusivo”, explicou em entrevista ao Jornal do Ave, na semana em que concluiu o centésimo trabalho de design e atingiu a marca de dois mil seguidores no Instagram, rede social preferida para partilhar os seus trabalhos.

“No início, tinha algumas inspirações, a alemã Lufthansa, e tinha a inspiração de um design limpo, moderno e intemporal através de companhias como a TAP e a Swiss. Porém, nos últimos meses tenho desenvolvido o meu próprio estilo e sinto que já deixei uma marca, há pessoas que me associam logo a certos elementos das minhas pinturas”, regozija-se.

O hobby já lhe deu muitos momentos de orgulho, como aquele em que recebeu “um comentário feito pela Fundação Amália Rodrigues”, que o felicitou por um trabalho feito para os aviões da TAP, onde propôs “uma pintura em que fossem glorificadas três figuras históricas de Portugal”, uma das quais a fadista, “com o seu rosto na cauda do avião, e orientadas por três cores que, juntas, compunham as da bandeira nacional”.

Outra das “reações mais especiais” foi o testemunho deixado pelo Kiosque da Aviação, segundo o jovem “uma grande loja de aviação em Portugal”. “Há um jogador da seleção nacional de voleibol, Filip, que comenta todos os meus posts. É sempre especial ter um fã como ele. E também recebo vários comentários por parte de trabalhadores portugueses de várias companhias aéreas, entre comissários de bordo da TAP, Smartwings, Sata Azores Airlines, entre outros”, revelou.

Recentemente, Marcelo Almeida lançou o site próprio, https://linktr.ee/Liverydesigner, onde reúne todos os trabalhos e projeta novos “voos”. É a partir do design que quer progredir profissionalmente, colocando à venda “pequenas miniaturas de aviões” com as suas pinturas. “Gostava também de ter roupa com os meus designs nas costas. Para além da parte financeira, como é óbvio, quero também ver e sentir que deixei algo no mundo. Seja em prateleiras ou nos armários das pessoas. Ter aquela sensação de que alguém quis e pagou por algo que foi criado por mim”, confessou.

Mas este será um projeto a longo prazo, já que, segundo o jovem, o primeiro objetivo é “ingressar numa empresa e gerir uma marca ou produto”. Para isso, vai concluir o Curso de Ciências e Tecnologias e candidatar-se a um curso universitário na área do mar-keting.

“É um projeto de que me orgulho muito. A unicidade dele traz-me um enorme prestígio. Com ele quero deixar uma marca no mundo”.

Marcelo Almeida
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