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Ana Isabel Silva é candidata à Câmara Municipal: “Queremos falar para esta geração que não aceita mais este sistema que serve poucos e abandona a maioria”

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Encabeça a primeira candidatura de sempre do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara Municipal de Santo Tirso, depois de, nas últimas eleições autárquicas, perceber que não teria oportunidade de votar no partido com o qual mais se identificava. Quatro anos depois, Ana Isabel Silva decidiu construir um projeto político e assumir a candidatura à autarquia, que foi oficializada na Praça Conde São Bento, com a presença da coordenadora do partido, Catarina Martins, a 8 de maio.

“Queremos falar para esta geração que não aceita mais este sistema que serve poucos e que abandona a maioria. Eu e o António (Soares) somos a representação da geração mais qualificada deste país, mas também a primeira a estar condenada a viver pior que os nossos pais, a geração dos 500 euros, dos recibos verdes e para qual ter uma casa não passa apenas de uma miragem. Somos também, inevitavelmente, a geração que sofrerá as consequências na inação no combate as alterações climáticas”, começou por dizer a tirsense, de 26 anos, que é licenciada em Bioquímica e mestre em Neurobiologia, e atual investigadora na Universidade do Porto.
A luta por mais habitação é um dos grandes compromissos eleitorais do BE para o concelho. “Os que trabalham no Porto, Braga ou Guimarães devem ter a oportunidade de voltar à sua cidade no final do dia, mas neste momento é quase impossível comprar ou arrendar em Santo Tirso. Todos estes anos não discutimos a possibilidade de haver um parque habitacional público na nossa cidade, que permite ao executivo autárquico arrendar a preços que os salários baixos, mas vamos discutir agora com esta candidatura”, assegurou Ana Isabel Silva.
Já na cultura, o Bloco defenderá “infraestruturas capazes de acolher os grupos culturais e de produção artística” e “uma rede cultural com oferta periódica”.

O ambiente é também uma das bandeiras políticas dos bloquistas em Santo Tirso e uma das faces mais visíveis da reivindicação é António Soares, cabeça de lista pelo partido à Assembleia Municipal, aos 19 anos. “Obviamente que Santo Tirso não vai combater as alterações climáticas, mas muito pode passar por aqui”, disse o jovem, que criticou a percentagem de reciclagem no concelho e denunciou as descargas ilegais nos cursos de água.
Sobre esse assunto, Ana Isabel Silva considera que “quem governa não tem tido a coragem de implementar leis que punem quem polui” e, graças a isso, Santo Tirso está “a perder esta batalha”. “Não aceito que, para o lucro de alguns, sejamos condenados a ter água e a respirar ar de pior qualidade”, sustentou.
Presente na sessão que oficializa a estreia do Bloco de Esquerda numas autárquicas em Santo Tirso, a coordenadora nacional do partido elogiou a irreverência dos jovens. “Não sei se vimos tarde ou se devíamos ter apresentado candidatura antes, mas sei que vimos no momento certo quando a candidatura que temos para apresentar é uma candidatura de Santo Tirso, não é uma importação nem é artificial. Nasce daqui, de quem aqui vive, de quem é daqui de quem conhece o seu concelho”, sublinhou.
O apoio social capaz de responder à crise económica que está para vir, a mobilidade, com reforço das carreiras e horários, e o desporto acessível a todos são outros dossiês que o Bloco de Esquerda promete explorar durante a campanha eleitoral no concelho.

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